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19 de set. de 2014

Quadrinhos e Cinema 6.1 - Superman

            Republicando* Texto de 2009.



         Andei revendo em DVD os filmes do antes chamado Super-Homem, com Christopher Reeve, e resolvi comentá-los, uma vez que adaptações de quadrinhos para o cinema é um dos temas frequentes nesta página virtual.
          Superman O Filme, de 1978, é considerado um dos mais fiéis e mais bem feitos filmes sobre super-herói, e devo concordar que mesmo depois de 30 anos de ter sido lançado, dá pra ver a qualidade do material pelo seu clima épico, desenvolvendo toda uma mitologia do planeta Krypton e o destino do descendente da família de Jor-El. E a música do filme? Inesquecível!  Mesmo hoje os efeitos surpreendem, deixando muitos filmes atuais com efeitos digitais no chinelo. Aqueles que viram no cinema e mesmo quem viu na tv várias vezes como eu certamente se emocionaram vendo Lois Lane sendo salva na queda do helicóptero (1ª aparição do Super), ou com o romance dos dois, e ainda a cena em que Lois é soterrada numa cratera provocada pela bomba de Lex Luthor, sendo depois ressuscitada pelo herói.
            Aliás, a cena em que ele faz a terra girar em sentido contrário para retroceder o tempo me lembra uma cena duma história do Surfista Prateado, lançada quase uma década antes do filme, onde ele gira em torno da terra ultrapassando a velocidade da luz para viajar no tempo
         Lois Lane era realmente, desde os anos 40 nos quadrinhos, uma personagem que representava a revolução sexual, pois ela é bem atirada em algumas cenas, chegando a perguntar a cor de sua calcinha, desafiando Superman com sua visão de raios-X. Lex Luthor, por outro lado, hoje passa aquela ingenuidade de vilões sem muita profundidade, sendo mau e frio simplesmente por ser. Ingênua, também é a maneira que ele descobre a Kryptonita: num livro. E o filme ainda tem na introdução a condenação dos criminosos que viriam a dar as caras no segundo filme ( que foi produzido simultaneamente).
            Pena que mudaram a dublagem clássica há alguns anos, mas foi muito bom ver com as vozes originais, que eu nunca tinha visto. Pena que não tenho o material original triplo da série Premium, que vem com 2 discos de extras. Foi um marco da história do cinema, sendo referência até hoje.

  Superman II - A Aventura Continua, o mais reprisado na Globo, mantém a qualidade em termos de história, embora os efeitos sejam um pouquinho inferiores, mas também pudera, tinham mais 3 pessoas para voar e fazer coisas extraordinárias. Uma cena que se destaca pela qualidade do efeito é quando Superman chega voando na torre Eiffel. Lois havia se encrencado presa no elevador da torre, onde terroristas haviam colocado uma bomba, que ao explodir no espaço, libertou General Zod (até hoje um dos mais adorados vilões), a mulher, Ursa, e o mudo e barbudo Non, vilões aprisionados por Jor-El, e que vem à Terra para conquistar e se vingarem. Deste filme ficaram algumas cenas clássicas, como aquela em que Lois descobre a identidade do herói e quando ele desiste de seus poderes, apanhando de um valentão num restaurante.
Ajoelhe-se perante Zod!

            Até hoje não entendo alguns poderes que inventaram neste filme: um raio branco que sai dos dedos e o “plástico” que Superman tira do símbolo em seu peito, no mesmo formato, para enrolar os inimigos. A longa cena romântica do voo do casal já era desnecessária, mas foi repetida - cortesias do diretor contratado para finalizar o filme, Richard Lester, que ficou no lugar de Richard Donner depois de ter montado 70% da película e se desentendeu com os produtores da família Salkind.



    Superman III - vocês devem lembrar bem pouco de Superman III, de 1983, que passava muito de vez em quando no SBT. Mas eu sei porque vocês não lembram muito, e não é porque passou poucas vezes, é porque é MUITO RUIM! Acredito que nossa mente guarde apenas o que é interessante. E a única cena que eu guardava desse filme é a do Superman malvado endireitando a Torre de Pisa e lutando contra Clark num ferro-velho. E essa é realmente a única cena onde Christopher Reeve atua no filma todo. No resto parece filmes do Conan, pois o Superman deve ter apenas umas dez falas no filme todo! Mesmo assim o filme teve bom retorno de bilheteria.

 
     A história é sobre um cara desempregado (o ator e humorista Richard Pryor,  de bigode que atuou em Cegos, Surdos e Loucos) que começa a trabalhar com computadores e se descobre um gênio da informática.
     Esse cara descobre como passar as frações de centavos do salário de todos os funcionários para seu pagamento e, burro que é, no outro dia aparece num carro esporte, e o patrão descobre de cara que foi ele. Então o ambicioso magnata manda ele entrar no sistema de um satélite do governo e alterar o clima do planeta (?!) para arrasar com plantações de café na Colômbia. Mas Superman interfere nos desastres e salva o dia.
     Então eles tentam descobrir a composição da Kriptonita para sintetizá-la e o burro substituiu um elemento químico desconhecido por alcatrão. Eles presenteiam o Superman com a pedra verde (o Super nem desconfia? Podia pelo menos ser vermelha, já que essa variedade existe nos gibis e tem efeitos imprevisíveis) que horas depois começa a agir diferente, soprando a tocha olímpica, deixando de salvar pessoas, indo prum bar, transando com a assistente do magnata, etc. Ele enfrenta seu lado bom, que vence e no fim Superman enfrenta um supercomputador que solta raios, cria superbolhas, e sufoca pessoas e o Super com fios! Além de criar um androidezinho com a irmã do magnata! A cena da batalha final faz qualquer um querer parar de ver o filme, sair correndo e esquecer o que viu. Por isso ninguém lembra!



Que deprê, hein Super?

 
     Em várias cenas de voo do Super dá pra ver os cabos que levantam o ator! Tem alguns efeitos bons, mas a maioria é péssimo.
      A cena de abertura é uma comediazinha ridícula também!
      Curiosidade: Nesse filme, Clark vai a Smallville e seu romance é com Lana Lang e não Lois, que quase não aparece no filme, e quem interpreta Lana é Annette O'toole, que faz o papel de mãe de Clark no seriado Smallville. 
    Vale a pena conferir o visual do Superman malvado, com barba por fazer e uniforme sujo, hehe. Se fosse sempre assim ele poderia ser um vilão legal (o Bizarro)! Quando comprei este DVD e assisti, deu uma tristeza! Dois anos depois vi de novo já sabendo o que me esperava e dei boas risadas!  


Superman IV – Em Busca da Paz foi o único que vi no cinema. Na época, adorei, claro. Com efeitos cada vez piores, escrito pelo próprio Christopher Reeve e lançado em 1987, trouxe um vilão criado artificialmente por Lex Luthor. Em plena guerra fria, um estudante enviou uma carta a Superman pedindo para acabar com a ameaça nuclear. Lex pôs num míssil material genético preparado com o DNA do Superman (roubado de um fio de cabelo que o herói doara a um museu). Ao ser jogado pelo herói no sol, deu início à geração do Homem Nuclear, que na sombra ficava fraquinho, hehe. 


Qualidades do filme: quebra-pau entre os dois superpoderosos, uma ameaça em potencial à Lois em formas de uma repórter filha do novo dono sensacionalista do Planeta Diário que gostava de Clark e a cena em que ele tem que se desdobrar num encontro com as duas. Brabo é aguentar mais uma vez o voo romântico com Lois.
Dublagem é a clássica, ainda com a nomenclatura Super-Homem. E inventaram mais poderes absurdos: Superman reconstrói a muralha da China destruída pelo Homem Nuclear apenas com o olhar.
    
 Os produtores desta série também proporcionaram mais um filme da franquia: Supergirl (1984), que passava no SBT, e vi várias vezes, mas há anos não acontece uma reprise. O elenco trazia Faye Dunaway como coadjuvante, e a heroína foi interpretada por Helen Slater. Ela ficava muuuiiito mais agradável aos olhos do que sua versão masculina nesse uniformezinho:   




Superman O Retorno, dirigido por Bryan Singer, tentou resgatar elementos da série clássica, sendo que até mesmo o ator imitou os trejeitos de Reeve, mas por isso também pecou, tentando reviver outros tempos que não existem mais. O uniforme ficou legal, os efeitos e os atores também, mas faltou um vilão poderoso, uma boa briga, e ficou no mesmo discurso “mente sobre músculos” de Lex, com um plano igual ao do primeiro filme, agora porém com tecnologia de Krypton.
O filme é longo demais, o final é muito parado, a voadinha com Lois (com um figurino “mulher moderna nos anos 50”) se repete, as lentes de contato azuis do ator principal são claramente identificáveis, e SUPERMAN TEM UM FILHO?
O diretor preservou o tipo de aventura clássica e ousou mexer na mitologia do herói ao mesmo tempo. Ponto pra ele no quesito “surpreender o espectador” desde a revelação de Lois ter tido um filho e estar casada, mas... e agora como fica? Resposta: Não fica, foi um fracasso o filme, que pretendia ser uma continuação dos filmes anteriores.
Lembrando também que Superman III  e IV são desconsiderados na saga do cinema, pois a mãe adotiva de Clark, Martha Kent, está viva (no III foi comentada sua morte e no IV Clark estava vendendo a propriedade da família em Smallville).
Eu até gostei, mas podia ser bem melhor!



Quanto ao filme mais recente, comentarei em outra ocasião.

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