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13 de abr. de 2013

Super-heróis gays? Sim, e daí?

    O tema é polêmico. Pelo menos nos Estados Unidos houve manifestações de mães preocupadas com o "incentivo" que os quadrinhos teriam nos filhos quanto à orientação sexual. Considero louvável preocupar-se com o conteúdo a que os jovens estejam vulneráveis, seja em gibis, videogames e internet em geral. Mas é preciso conhecer para criticar. E não ser hipócrita e retrógrado.

    Nos anos 90 vi pela primeira vez, nas histórias do Incrível Hulk um personagem se assumir gay, o que gerava discussões com seus colegas de equipe. Era Heitor, membro do grupo Panteão, com personagens baseados n'A Ilíada (clássico poema épico grego), comandado pelo Hulk (nessa fase com a mentalidade de Bruce Banner, seu genial alter ego). Vejam:


      O que eu gostei dessa HQ é que a editora e o autor agiram com responsabilidade, colocando no diálogo discussões comuns e possíveis no dia a dia, não usando estereótipos (a não ser pelo bigodinho e rosto de Freddie Mercury, hehe - só reparei agora). E embora o personagem Ulisses não gostasse da opção do amigo, eles conviviam muito bem!
       Em outra história da época, o tema também foi citado pelo escritor Peter David, mostrando o preconceito na voz de um pai preocupado com o filho, que estava frequentando uma escola onde um aluno tinha AIDS:

      
Vejam o que o homem diz: AIDS é coisa de gay! Isso sim é preconceito!

(clique na imagem para ampliar)


    Já em gibis mais recentes, temos vários personagens assumidos, como a Batwoman, os adolescentes Wiccano e Hulkling (da série Jovens Vingadores), o polêmico reformulamento do Lanterna Verde dos anos 50 Alan Scott, até mesmo os durões Juiz Dredd e ainda Wolverine Hércules já protagonizaram beijos em histórias que se passam em universos paralelos. 

Alan Scott


Batwoman

      Sinceramente não gosto que mexam em personagens pré-estabelecidos, mas isso é outra questão, até mesmo porque muitas vezes são estratégias de marketing.

Wiccano e Hulkling


       No Brasil, houve uma história (que não li) da personagem Tina, da turma da Mônica, que toca sutilmente no assunto, como encontrado no blog http://www.mundohq.com.br: "Tina se encontra com um amigo que não via há tempos em uma lanchonete: os dois conversam animadamente, juntinhos, dando as mãos, sem nenhum tipo de atração ou tensão sexual entre ambos. Quando o namorado ciumento da moça chega ela explica que “o Caio é como um irmão” e ele, por sua vez, diz ser comprometido e pergunta a  outro rapaz que chega acompanhando Zecão se não é verdade. O rapaz confirma e ambos saem de cena juntos. Tina acusa Miguel (o namorado dela) de preconceituoso e Miguel e ele pede desculpas dizendo que não sabia que Caio era... e antes de a frase ser completada Tina explica que se refere a preconceito com ela, insinuando que Miguel a vê como uma moça que trairia facilmente o namorado. Como se vê, uma história elegante, até com certa possibilidade de interpretações duplas".


Estranhos no Paraíso é uma ótima série que toca no assunto.



      














    Há ainda vários outros personagens, como Rocky & Hudson de Adão Iturrusgarai, e até alguns dos X-Men, como o Colossus do universo Ultimate, e o canadense Estrela Polar, cujo casamento está na capa da revista X-Men Extra 136.1 deste mês. Cada autor trata o assunto de um modo, cabe ao leitor conhecer e pensar como vai reagir.



      

     Sou contra uma ideologia que estimule qualquer tipo de sexualidade exacerbada, sou contra a promiscuidade seja de qualquer pessoa de qualquer orientação sexual, sou a favor do amor, da felicidade do ser humano e também de uma sociedade onde todos convivam em paz, respeitando-se mutuamente, sem hipocrisia. 

       Atualmente muitos clamam direitos atacando os outros e só vendo o seu lado da história, e isso considero perigoso. Eu só vejo pessoas discutindo, algumas mais exaltadas. Polêmicas e crenças pessoais à parte, considero interessante que os quadrinhos, como literatura e mídia formadora de opinião, falem do assunto e mostrem que, como na vida real, as pessoas apresentam diversidade em várias facetas de seu modo de ser. E temos de aprender a conviver com isso, pois sempre houve homossexuais, e sempre haverá. Esta é minha opinião. E a sua?
 
    

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