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26 de jan. de 2012

Sensibilidade e Corações Negros

Ann Nocenti. Este é o nome da criadora de histórias memoráveis do Demolidor, publicadas nos anos 90 na revista Superaventuras Marvel. Com desenhos do ótimo John Romita Jr., vemos a origem do filho do demônio Mefisto, Coração Negro, que mais tarde tentaria destronar o pai.






As histórias têm temas bastante filosóficos e profundos, por vezes em cenários abstratos, como quando o herói cego, juntamente com alguns companheiros de aventuras (incluindo a filha de um fazendeiro inescrupuloso, uma mulher modificada geneticamente para ser perfeita e dois inumanos) vai parar no inferno, confrontando tentações, medos e ficando no limiar da insanidade, com se viu em histórias posteriores.
Destaque para as edições 138 e 139 de SAM, o clímax do texto, onde todos os personagens passam por testes perpetrados pelo demônio, que acaba traído por seu filho e confronta, por fim, o Surfista Prateado. Só mesmo lendo para ver a maravilha que é a sensibilidade do texto da autora. Marcou minha adolescência e ainda mexe com minha cabeça ao ler pérolas como as interpretações no contexto da história para ditados como: “o céu sabe quem você é”, “cuidado para não afugentar um anjo à sua porta”, ou quando os anjos com chifres e demônios de auréola falam de elitistas e dos cavaleiros Lancelot e Galahad.
É puro deleite literário. Recomendo!



E uma edição com o mesmo desenhista, mas com Howard Mackie no argumento e que trouxe novamente o filho de Mefisto, agora enfrentando outros heróis é Motoqueiro Fantasma/Wolverine/Justiceiro – Corações Negros. Os anti-heróis da Marvel são convocados a uma cidade do interior e acabam indo ao inferno para salvar uma menina raptada por Coração Negro (que foi totalmente descaracterizado no filme do Motoqueiro Fantasma). Bastante ação e um roteiro mediano, mas é válido pelos bons personagens e o encontro inusitado deles. Nos EUA teve uma continuação, nunca lançada por aqui.




2 comentários:

  1. Oi chamo-me Seba Lopdel e escrevo de Angola. Li este H.Q a anos, mexeu comigo e marcou-me. Depois de tanto tempo estou muito feliz por descobrir o Numero desta obra de arte... Obrigado

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  2. Eu é que agradeço, Seba. Teu comentário é muito bem-vindo, que bom que o blog possibilitou que coisas em comum como a leitura de quadrinhos aproximem as pessoas que vivem em lugares tão distantes como nós. Um abraço.

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